Antimoderne é o nome de um livrinho clássico de 1922 do filósofo francês Jacques Maritain, uma rejeição categórica, radical e visceral da cultura moderna em nome do modo de ser e de pensar católicos. Pena que o próprio Maritain tenha se deixado seduzir pelo que rejeitou e denunciou. Ele acabou queimando o que adorara e adorando o que queimara quando fez causa comum, nos anos 30 do último século, com a execrável esquerda católica francesa de E. Mounier, matriz da "nossa" mais do que execrável teologia da libertação. Maritain "evoluiu" (ou "progrediu", considerando que "evolucionismo" e "progressismo" são sinônimos ideológicos) de antimoderno a moderno. Pois eu faço questão de "involuir", de regredir. De moderníssimo (era simpatizante do PT aos dezoito anos, por exemplo) a antimodernérrimo (considero-me, hoje, um católico "pré-conciliar"). Esclareço que abominar a cultura moderna está longe de ser contra a ciência e o avanço econômico, por exemplo. É um erro deduzir o progresso saudável de uma cultura doente. O que existe de bom no mundo de hoje existe apesar do modernismo, não por causa dele. Voltarei ao assunto muitas vezes.